Morte? Minha Morte!

MORTE? MINHA MORTE!


Aquela batida de cabeça que dei no chão... Aquela taça de vinho que não consegui terminar... Aquele poema posto em minha mesa, interminado... 


Tudo o que consigo sentir é a fria brisa vindo de minha janela. Nada para ouvir além do meu coração desacelerando exponencialmente. Nenhum cheiro além do cheiro do meu sangue escorrendo de minha testa.


Onde estou mesmo? Será que estou deitado na beira do rio de minha tão querida cidade? Deitado próximo da escadaria do meu apartamento depois que meus vizinhos com quem me reúno diariamente foram dormir? Deitado na calçada depois de tomar um porre numa festa openbar? NADA DISSO!


Minhas preocupações, minha rotina, meus prazeres, meus romances, minhas intrigas, minhas vinganças... Nada disso importa mais!


Consigo ouvir a voz de Deus. Espera, ele existe? ESPERA! NÃO QUERO IR! QUERO FICAR! ESSA LUZ ESTÁ ME QUEIMANDO! ARGH!


Enfim conheci a maior certeza de minha vida, a maior curiosidade que tenho desde a infância. O doce abraço da morte. Mas dessa vez ela não veio vestida de cetim. Ela veio de forma inesperada, como um vulto. Interrompeu meus projeto, acabou com meu mundo.


Como sinto frio, como meus olhos ardem de tanta luz, como minha boca seca, como sinto fraqueza.


Enfim o fim.






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